Prs. Vladimir e Ester Soares
“Trazendo os Dízimos à Casa do Tesouro” - ("Dízimos e Ofertas" - Parte 4)

            Pr. Vladimir Soares

      O dízimo é a décima parte de tudo o que eu ganho. Em Gênesis 14:20, Moisés escreve: "E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo." Aqui Abrão estabelece o dízimo antes da lei e estabelece também o princípio de que o dízimo é entregue ao sacerdote. Este princípio seria depois mantido pelos levitas, que trariam o dízimo dos dízimos ao sacerdócio de Arão (Nm. 18:20,23,24,26-28; Ne.10:38; Js. 13:33);  e conservado na Igreja, onde toda contribuição era depositada aos pés dos apóstolos.

            Assim, erra aquele que diz que o dízimo está ligado à lei. Ele vem antes da lei e permanece após a mesma, assim como a oferta da primícia que se inicia em Abel e chega até a pessoa do Senhor Jesus.

            Em Nm. 18:20, o Senhor Deus diz: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás; eu sou a tua porção e a tua herança entre os filhos de Israel”. Assim, Deus confiou ao sacerdócio a dependência do fruto do altar, como herança eterna Deus assim o fez. O sacerdócio de Arão se dividia com o sacerdócio de Levi em função do véu. Assim, Arão e seus filhos eram sustentados pelas ofertas e também pelo dízimo dos dízimos, enquanto que Levi e toda a sua tribo vivia dos dízimos das onze tribos. “21 Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, o serviço da tenda da revelação”. Abraão por estar antes da lei, também aponta para aquilo que viria após ela. Abraão entrega o seu dízimo a Melquisedeque, que aponta para o Sacerdócio Universal e indivisível, onde o véu não tem mais interferência. O sacerdócio que administra tanto as ofertas quanto os dízimos. Melquisedeque aponta para o Senhor Jesus (Hb.7); e Jesus, como oferta e dízimo, é apresentado ao altar de Deus e o véu não pode mais subsistir.

            Como na realidade o ministério levítico era uma extensão do sacerdócio de Arão, eles também não tinham herança entre os filhos de Israel; e por isso dependiam também do altar: “Lv.18:23: Mas os levitas farão o serviço da tenda da revelação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.24 Porque os dízimos que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor em oferta alçada, eu os tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse que nenhuma herança teriam entre os filhos de Israel”. Em nossos dias não devemos chamar os músicos de levitas ou os pastores de araônicos (contemplativos). Estamos debaixo do novo Sacerdócio Universal, o sacerdócio de Melquisedeque. Onde todos podemos adentrar a sala do trono, pelo sangue de Jesus. Todos podemos tocar o Santo pela santidade, o Puro pela pureza, o Adorado pela adoração, o Íntimo pela intimidade. Este sacerdócio que começa em Abraão chega até Moisés, que podia armar sua tenda onde bem queria e a presença do Senhor vinha ao seu encontro; enquanto que cada um do povo profetizava também à porta de sua tenda. Ex.33: “9 E quando Moisés entrava na tenda, a coluna de nuvem descia e ficava à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés.10 Assim via todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, e todo o povo, levantando-se, adorava, cada um à porta da sua tenda”. Com o advento do tabernáculo, o Senhor demonstra ao povo o que impedia que esse relacionamento viesse a acontecer com toda a humanidade. O pecado impedia o exercício do sacerdócio universal; e Jesus, vencendo o pecado, também abre o novo e vivo Caminho.

            Com isso, o dízimo e as ofertas não foram destituídos; pelo contrário, foram verdadeiramente legitimados, onde diz o escritor em Hebreus: 7:1 -“Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão quando este regressava da matança dos reis, e o abençoou, 2 a quem também Abraão separou o dízimo de tudo (sendo primeiramente, por interpretação do seu nome, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3 sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote para sempre.4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu o dízimo dentre os melhores despojos.5 E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que estes também tenham saído dos lombos de Abraão;6 mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou ao que tinha as promessas.7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.8 E aqui certamente recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, os recebe aquele de quem se testifica que vive.9 E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos, 10 porquanto ele estava ainda nos lombos de seu pai quando Melquisedeque saiu ao encontro deste.11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?12 Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.13 Porque aquele, de quem estas coisas se dizem, pertence a outra tribo, da qual ninguém ainda serviu ao altar,14 visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo da qual Moisés nada falou acerca de sacerdotes.15 E ainda muito mais manifesto é isto, se à semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote,16 que não foi feito conforme a lei de um mandamento carnal, mas segundo o poder duma vida indissolúvel.17 Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.

            Por esta razão, não há nenhuma necessidade dos apóstolos (que eram todos judeus) terem que normatizar a questão dos dízimos e ofertas, por ser este um princípio que vinha desde Abraão; e nós, gentios, fomos enxertados na raiz da oliveira, nas bases da promessa.

            Assim, antes de falar das conseqüências do que acontece com aquele que entrega ou o que não entrega seu dízimo, vamos dar uma vista panorâmica dos princípios universais e eternos do dízimo. E, como estaremos continuando este assunto no próximo domingo, destacamos aqui alguns fundamentos:

            - Havendo mudança do sacerdócio houve também mudança da lei (vs.12). Mas não toca no fundamento do dízimo porque ele precede a lei;

            - Este Novo Sacerdócio Não Está Relacionado à Tribo de Levi ou a Casa de Arão (vs.11). Mas sim, viria da tribo de Judá (vs.13,14). Um único sacerdócio que, por ser universal (Ap.5:9), toca a Santidade pelo sangue de Jesus e também toca o povo pela intercessão e pela Palavra da Reconciliação.

            - Os Dízimos e Ofertas precedem a lei; e quem mudou foram o sacerdócio e a lei, não interferindo no altar ou nas ofertas e nos dízimos.

            Após esta introdução, creio que será mais fácil falarmos a partir daqui sobre o dízimo e a oferta.
         

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