"Cinco Níveis de Governo Espiritual sobre a Humanidade"

   Pr. Vladimir Soares

 
Prs. Vladimir e Ester Soares
   Ezequiel 47: “1 DEPOIS disto me fez voltar à entrada da casa, e eis que saíam umas águas debaixo do umbral da casa, para o oriente; porque a face da casa olhava para o oriente, e as águas vinham de baixo, desde a banda direita da casa, da banda do sul do altar.2 E ele me tirou pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até a porta exterior pelo caminho que olha para o oriente eis que corriam umas águas desde a banda direita.3 E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.4 E mediu mais mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; é mediu mais mil, e me fez passar por águas que me davam pelos lombos.5 E mediu mais mil, e era um ribeiro que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar.6 E me disse: Viste, filho do homem? Então me levou, e me tornou a trazer margem do ribeiro.7 E, tornando eu, eis que à margem do ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de outra banda.8 Então me disse: Estão águas saem para a região oriental, e descem campina, e entram no mar morto; e, sendo levadas mar, sararão as suas águas.9 E será que toda a criatura vivente que vier por onde quer que entrarem estes dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar este ribeiro.10 Será também que os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes, o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar grande, em multidão excessiva.11 Mas os seus charcos e os seus lamaceiros não sararão; serão deixados para sal.12 E junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.13 Assim diz o Senhor Jeová: Este será o termo conforme o qual tomareis a terra em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas partes.14 E vós a herdareis, tanto um como o outro; pois sobre ela levantei a minha mão, para a dar a vossos pais assim que esta mesma terra vos cairá a vós em herança.15 E este será o termo da terra, da banda do norte: desde o mar grande caminho de Hetlom, até a entrada de Zedade;16 Hamate, Berota, Sibraim, que estão entre o termo de Damasco e entre o termo de Hamate; Hazer-Haticom, que está junto ao termo de Haurã.17 E o termo desde o mar será Hazar-Enom, no termo de Damasco, e na direção do norte está o termo de Hamate. E este será o termo do norte,18 E o termo do oriente, entre Haurã, e Damasco, e Gileade, e a terra de Israel, será o Jordão; desde o termo do norte até ao mar do oriente medireis. Este será o termo do oriente.19 E o termo do sul será desde Tamar até as águas da contenda de Cades, junto ao ribeiro, até ao mar grande. Este será o termo para o lado do sul.20 E o termo do ocidente será o mar grande, desde o termo do sul até a entrada de Hamate. Este será o termo do ocidente.21 Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel.22 Será, porém, que a sorteareis para vossa herança, e para a dos estrangeiros que peregrinam no meio de vós, que gerarem filhos no meio de vos; e vos serão como naturais entre os filhos de Israel; convosco entrarão em herança no meio das tribos de Israel. 23 E será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro ali lhe dareis a sua herança, diz o Senhor Jeová.


Introdução:

Ezequiel está tendo uma visão. Até o capítulo 46 uma visão daquilo que acontece dentro da Casa do Senhor, “depois disso...” passa a ter no capítulo 47 uma visão daquilo que acontece fora do templo.

Esta visão se dá em Jerusalém, a capital do governo de Israel, cidade cercada por seus muros, com suas 12 portas. Jerusalém é a sede do governo, por esta razão árabes e judeus a disputam. Em Jerusalém o Senhor provou Abraão, em Jerusalém o Senhor estabeleceu o reino de Davi, em Jerusalém Jesus morreu e ressuscitou, em Jerusalém o Espírito Santo desceu e em Jerusalém a Igreja é estabelecida.

De Jerusalém correm ás águas que saem da base do templo em direção as nações da terra.

Esta visão, se concentra agora naquilo que acontecia fora do contexto de Israel, Ezequiel está vendo o que está fora do templo.

Ele contempla a situação da humanidade fora da revelação que até então somente Israel conhecia. E, a primeira visão é a visão da separação.


    O GOVERNO DE SEPARAÇÃO – vs 2 “...me fez ver as águas...”

Ezequiel é levado à porta exterior e viu que as águas que estavam nascendo na base do templo corriam em direção as etnias, às nações.

O templo em si mesmo estabelecia a separação entre o santo e o profano.

- As nações não podiam entrar ali. Nos dias de Herodes chegou-se a construir o átrio dos gentios. E dentro dele, apenas os levitas e o sacerdócio de Arão podiam ministrar.

Esta já foi também a nossa figura! De um tempo em nossa vida onde estávamos fora do mover de Deus, e desconhecíamos os segredos do Seu Reino.

Víamos as pessoas envolvidas com Deus e não entendíamos. Estavamos separados, por nossos pecados (Is.59:2), por nossa cegueira, Isaias ainda vai dizer: “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados” João 12:40. Esta falando de um tempo, onde o entendimento do homem estava cego por conta de seu pecado. Agora, o apóstolo Paulo fala de uma cegueira produzida pelo príncipe deste século, para impedir o homem de ver e crer no rio de Deus :“nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” 2ª Co.4:4.

Muitos estão ainda vivendo sob este governo hoje, e precisam romper em fé a fim de poderem conhecer as profundezas do rio de Deus. Muitos, começarão a rompê-lo exercendo simplesmente a sua curiosidade, mas também precisarão romper com este governo.


    O GOVERNO DA CURIOSIDADE – vs 3 “...águas que me davam pelos artelhos...”

Quando alguém está diante de águas que desconhece, do mar ou rio, tem a curiosidade de saber como são essas águas. A verdade é, que alguns passarão anos sentados nas praias temerosos de conhecerem as águas. A tendência do curioso, é tocar com a ponta dos dedos dos pés às águas, para saber se está fria ou quente, se a correnteza é forte, se é fundo aquele lugar...”

A curiosidade vai levantá-lo da praia, mas também poderá aprisioná-lo em uma situação perigosa de ausência de compromisso. A curiosidade leva as pessoas a ouvirem não para crerem e sim para saberem. Foi assim que fizeram com o apóstolo Paulo, em Atenas alguns filósofos epicureus e estóicos, lhe chamando de paroleiro quiseram ouvir de Paulo acerca de sua fé, e depois de lhes ministrar no areópago se dirigiram a Paulo e lhe disseram: “32 E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez”. Eram apenas curiosos, mas entre eles haviam pessoas que quiseram saber para crer: “33 E assim Paulo saiu do meio deles.34 Todavia, chegando alguns varões a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros” Atos 17:33-34.

Hoje há também pessoas debaixo desse governo, “molhando a ponta dos pés” no rio da bênção, com a curiosidade de saber: “será mesmo verdade? Será que posso ser curado? Será que consigo aquele emprego? Aquele dinheiro? Aquele casamento?” E este governo de curiosidade não lhe permite avançar e conhecer as profundezas de Deus. Porém outros, passaram deste para um governo de ações sem entendimento – mero ritualismo.


    O GOVERNO RELIGIOSO – vs – 4 “águas que me davam pelos joelhos...”

Essas águas tocam no ponto onde toda religião alcança, os joelhos... os mulçumanos se ajoelham, os budistas se ajoelham, os hindus se ajoelham, os animistas se ajoelham e até mesmo os cristãos se ajoelham. E para se tornar em religioso não se precisará de muita coisa, basta que alguém os dirija e os coloque de joelhos diante de símbolos que julgam ser transcendente. Na religiosidade não há conhecimento e sim a rotina.

Não existe um relacionamento pessoal com Deus, e sim através de símbolos, ritos e dogmas. O salmista no salmo 115 vai dizer que há uma tendência das pessoas se tornarem exatamente como os seus ídolos. Têm olhos e não vêm, ouvidos e não ouvem, boca e não falam, mãos e não apalpam e pés que não andam.

O governo da religiosidade também está entre você e as águas profundas! Precisa romper com ele! Muitas vezes esse governo, se fortalecerá pelo governo das obras.


    O GOVERNO DAS OBRAS – vs – 5 “águas que me davam pelos lombos...”

Os lombos apontam para o lugar onde o animal carrega sua carga, e no caso do jumentinho onde carregará também seus passageiros. Muitos argüirão que conhecem a Deus por praticarem boas obras. Essas águas também passavam fora do templo. Crêem que essa seja a religião verdadeira. Tiago irmão do Senhor Jesus diz que a verdadeira religião é aquela que ampara as viúvas e os órfãos, mas ele também vai dizer que não devemos ser apenas ouvintes do Evangelho, mas praticantes da Palavra de Deus.

Paulo diz que não fomos salvos pelas obras (Ef. 2:8), mas uma vez salvos as praticaremos. As obras não salvam, mas o salvo as pratica.

Contudo, hoje muitas pessoas interromperam sua busca por águas profundas por entenderem que o seu limite esteja nas águas que dão em seus lombos. Mas isso também é um governo de engano, e está também entre você e as águas profundas do rio de Deus.

As águas profundas, são águas onde seus artelhos (curiosidade), seus joelhos (religiosidade), ou lombos (obras) não serão a sua base e segurança, mas sim, sua total confiança no mover das correntes do Espírito.


    O GOVERNO DO ESPÍRITO – vs – 5b “águas profundas...”

Esse foi o mover que Ezequiel viu fora do Templo, de um rio caudaloso que não podia ser contido na estrutura do templo dos judeus, ou mesmo, ainda que nascendo em Jerusalém ele não se tornaria um lago ou ainda um novo mar da Galiléia. Ele vai de encontro às nações da terra. A conquista de novos territórios.

O que o Senhor quer fazer conosco e nos levar a essa dimensão de dependência do Seu sobrenatural.

Neste mover, toda água amarga será curada!

- As águas de Mara dessedentarão as multidões e o Mar Morto dará peixes em fartura. “Será também que os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes, o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar grande, em multidão excessiva” Vs.10.

- No Governo do Espírito viveremos debaixo de uma unção excessiva e extravagante.

- A identidade da Igreja será saúde para as nações – sal da terra. “Mas os seus charcos e os seus lamaceiros não sararão; serão deixados para sal” Vs.11.

- Seremos como árvores frutíferas plantadas junto ao ribeiro (Salmo 1), e nosso testemunho será o nosso fruto. “E junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto” Vs.12a.

- No Governo do Espírito Santo, a unção de multiplicação é liberada: “Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio” Vs.12b.

- No Governo do Espírito Santo, a unção de governo, domínio, multiplicação e posse da terra serão sobrenaturais. “Assim diz o Senhor Jeová: Este será o termo conforme o qual tomareis a terra em herança, segundo as doze tribos de Israel” Vs.13.

- No Governo do Espírito Santo, a unção sobre nossa vida será a unção de José – a unção de excelência. Será a porção dobrada: “José terá duas partes – 13b

“Deuteronônimo 33:“13 E de José disse: Bendita do Senhor seja a sua terra, com o mais excelente dos céus, com o orvalho, e com o abismo que jaz abaixo,14 E com as mais excelentes novidades do sol, e com as mais excelentes produções da lua,15 E com o mais excelente dos montes antigos, e com o mais excelente dos outeiros eternos,16 E com o mais excelente da terra, e com a sua plenitude, e com a benevolência daquele que habitava na sarça; a bênção venha sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos”.


Ilustratração: O filho perguntou a sua mãe: - “Mãe, o que é ser cheio do Espírito? – e naquele momento a mãe não teve a resposta a sua pergunta. Passadas algumas semanas, viajaram para uma região de litoral e de repente estavam diante da imensidão do mar. O filho olhou para sua mãe e perguntou se ela estaria firmando a sua mão ao entrarem naquelas águas, ao que sua mãe respondeu que sim. Ela o tomou pela mão e as águas foram cobrindo os seus pés, joelhos, peito e de repente ele estava suspenso sobre as águas e abraçou a sua mãe com todas as suas forças. E neste momento a sua mãe lhe respondeu: - “Filho, ser cheio do Espírito é também assim, perdemos o controle de nós mesmos e somos abraçados pelos braços do Pai”.

           

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